Meninas estou meio sumida na verdade, mas muita correria, trabalho, estudo, coisas da casa e por ai vai. Navegando pela net achei esse texto bem interessante...
Por Mariana Galante
Fonte: Revista Barbara/ed.3
“Entro semanalmente em salas de bate-papo sobre sexo, me masturbo com as imagens e conversas e também alugo DVDs. Gosto de tudo um pouco, até de mulher com mulher, mesmo eu sendo heterossexual. Essas coisas me fazem sentir bem, me animam para fantasiar sozinha ou com meu parceiro.”
A autora da frase é Martha Ribeiro*, e ela vai adiante: “Namoro há quatro anos, mas nunca tive abertura para falar de minhas fantasias com ele. Como simplesmente adoro sexo anal e ele nunca tocou no assunto, procuro me satisfazer na Internet.” Martha, de 29 anos, de São José do Rio Preto (interior de São Paulo) garante saber separar sexo de amor e busca na pornografia o que falta na cama. “Cenas explícitas de sexo me deixam enlouquecida. E gosto de curtir isso, focar na fantasia, naquelas cenas tórridas. Acho hipócrita quando as mulheres se comportam ‘escandalizadas’ diante de uma afirmação desta. Qual é o problema? Deixar-me levar pela experiência do pornô me proporciona um autoconhecimento sobre minhas fantasias e sobre meu próprio corpo, que ninguém mais me proporcionaria. É uma questão de abrir a cabeça.”
Esse é o ponto de vista de Carla Machado*, uma mulher de 34 anos, solteira, gerente de comunicação de uma indústria, bem-sucedida, que se diz “farta de tratar simples questões sexuais como os tabus mais absurdos.” Para Iuri Ihara, psicólogo clínico, o conceito de pornografia varia de acordo com as regras e costumes de cada época e de cada sociedade. “Costumamos enxergar o erotismo como algo nobre que nos lembra as obras de arte ligadas à expressão da sexualidade. E pornografi a como algo vulgar, obras inferiores, ligadas simplesmente ao sexo, produzidas com o objetivo imediato de comercialização e consumo.
Podemos dizer que erotismo é uma forma de estimular o impulso sexual, e pornografia é um tipo de erotismo em que mobilizam-se figuras do imaginário por meio de fotografias, contos ou filmes, com o objetivo de estimular o desejo, fantasiar um relacionamento sexual em uma masturbação ou estimular uma relação sexual concreta”, explica.
Aos 35 anos, a carioca Andréa Pinheiro* está solteira, mas confessa que, quando está namorando, não sai da sex shop: “Costumo consumir material erótico somente quando estou em um relacionamento. Compro vibrador, gel, DVD, anel peniano e em termos de conteúdo gosto de tudo um pouco. E isso apimenta sim a relação”, diz.
Sem vergonha
Izabel Mello* é sócia de uma sex shop voltada exclusivamente para o público feminino. Depois de cinco anos com uma loja refinada no bairro dos Jardins, em São Paulo, Izabel e sua sócia partiram para as vendas somente pela Internet: “Quando inauguramos a loja definimos que não seria estratégico vender pela web, pois queríamos que a brasileira tomasse coragem de entrar em uma sex shop para perceber que nem todas são necessariamente escuras e mal localizadas. A decoração foi detalhadamente pensada para tornar o ambiente agradável e sensual sem ser vulgar e, dessa maneira, conseguimos fazer com que as clientes ficassem a tarde inteira na loja conhecendo os produtos e trocando experiências amorosas com nossas vendedoras, que eram todas formadas em psicologia.”
Foi com esse atendimento superpersonalizado que a marca conquistou e fidelizou as clientes que hoje compram pela Internet e fazem o negócio se estender, indicando para amigas de outras cidades e estados. Izabel conta que o mercado erótico percebeu na mulher um grande potencial consumidor. “São elas que, na maioria das vezes, acabam introduzindo as ‘brincadeirinhas calientes’ na relação e convencendo os parceiros a utilizarem os brinquedinhos sem medo. Sendo assim, os fabricantes se voltaram para elas. A indústria de filmes, por exemplo, procurou direcionar parte de sua produção para aqueles com um pouco mais de história, romance e visual melhor explorado, como roteiros em praias exóticas, e trabalhar com lindos atores e atrizes.
Em se tratando de acessórios, hoje a maioria é produzida com elementos fofos que remetam à feminilidade e são feitos com cores soft como rosa, amarelinho etc.”, relata a empresária. Casada e com dois filhos adolescentes, Patrícia Villares*, 40 anos, vive no Paraná e reclama que, por morar em uma cidade pequena, só teve acesso a produtos eróticos quando uma conhecida passou a comprar e revender nas casas das clientes. “Na minha cidade não tem sex shop, então não tenho contato com nada que não seja exclusivamente voltado ao público feminino.Vejo filmes eróticos na TV, compro acessórios pra gente, como bolas perfumadas, vibrador, camisinhas estimulantes, velas comestíveis e até lingeries daquelas de fantasias”, diverte-se Patrícia.
A sexóloga Marilandes Braga considera saudável para a mulher e para o casal esse tipo de brincadeira: “As mudanças no comportamento da mulher têm história recente, mas uma nova ordem sexual está surgindo. O casal estando de acordo, não é necessário esperar a relação estar abalada para fazer uso de pornografia. É possível brincar juntos de maneira saudável”, adverte a sexóloga.
“Sempre busco produtos. Pelo menos uma vez por mês compro alguma coisa. Amo meu marido e, sinceramente, não tenho necessidade de sexo com outra pessoa, me sinto satisfeita só com ele, mas acho importante ter algo afrodisíaco, estimulante. Adoro provocar e me insinuar para ele, isso apimenta o casamento e o sexo”, comemora Patrícia. “Tem gente que acha que ele pode pensar mal de mim, que o casamento corre risco. Que bobagem! Não sinto isso como perigo, o único medo que tenho é dos nossos filhos entrarem no quarto quando eu estiver vestida de enfermeira (risos).”
O psicólogo Iuri Ihara explica porquê tem quem goste e quem despreze a pornografia: “No século 20, com o avanço tecnológico (televisão, cinema, Internet), ocorreu uma explosão do erotismo. A pornografia passa então a ser muito mais consumida, mas não pode ser considerada um produto como outro qualquer. Ao ser consumida, ela aciona o mecanismo da fantasia, sendo assim, cada indivíduo se relaciona de um modo singular com o material pornográfico.”
Cada um no seu quadrado
A fase da vida em que cada pessoa se encontra também influencia no tesão e na busca pela satisfação por meio da pornografia. A estudante paulista de 28 anos Luana Padilha foi morar na França há dois anos e encontrou grande dificuldade em se relacionar com os homens de lá que, segundo ela, não encaram o ‘ficar’ com a mesma naturalidade dos brasileiros. “Aqui na França tudo é oito ou oitenta. Ou você namora e aí a coisa é séria, ou você faz sexo só pelo sexo, mas não passa da primeira noite. Não existe o ficar, nem o amigo colorido e eu, que sempre gostei de material erótico, acabo entrando uma vez por semana, em média, na Internet atrás principalmente de coisas divertidas. Quadrinho erótico eu tenho vários, literatura erótica também. Gosto de sites que tratem o sexo como uma coisa leve e até engraçada”, conta Luana.
Para o psicólogo, o material pornográfico masculino consiste em um suceder contínuo de atos sexuais, sem necessidade de uma história, servindo apenas como acessório para a masturbação ou as preliminares. Já o erotismo feminino pede o romance, o apaixonar-se lentamente, a descoberta, o deslumbramento, ou seja, o erótico não é o relacionamento sexual, mas sim a languidez. “Podemos pensar que o desejo masculino é mais fetichista, ele ‘prefere aos pedaços’: o decote, a voz, um olhar, a perna cortada pela cinta-liga, a forma dos lábios e por aí vai. E o desejo feminino é mais integrado, enxerga o objeto de desejo como ‘pessoas inteiras’.
O erotismo masculino é mais visual e genital e o feminino, mais tátil, ligado aos odores, ao contato”, observa Ihara. Sem dúvida, o acesso das mulheres à pornografia teve um aumento considerável nas últimas décadas com material voltado só para elas e a um público mais exigente, bem informado e livre de preconceitos. Elas agem cada vez mais de maneira semelhante aos homens no que diz respeito ao sexo, mas, ainda assim, as características femininas e masculinas se diferem.
Mesmo admitindo sem problemas que também gostam de pornografia, as mulheres, em sua maioria, ainda valorizam muito o afeto, a cumplicidade, o jogo de sedução e, ao contrário dos homens, que costumam se masturbar escondidos de suas parceiras, as mulheres querem mais é compartilhar com o companheiro essa pimentinha extra que estão descobrindo.
* Os nomes foram alterados para preservar as entrevistadas
E você o que achou?
Simone, cada mulher sabe o que lhe dá prazer. Vixi, se tem uma coisa que não tenho é preconceito em relação as fantasias. Muito pelo contrário: tem mais é fantasiar mesmo e por em prática, da maneira que for mais prazerosa. Já era o tempo do papai e mamãe e que mulher era um depósito de p....
ResponderExcluirHoje tem que realizar, senão tá reprovado!Não é mesmo?
não deve mesmo existir nenhum tipo de preconceito com isso, se o homem se satisfaz como quer, as mulheres também têm o direito também. um texto realmente para quebra de tabus como o preconceito por mulheres que falam de sexo abertamente!
ResponderExcluirparabéns. adoro aqui ;)
volta lá quando quiser Simoone, beijos.
poxa..muito bom o texto.. eu acho que vale de tudo pra satisfazer os desejos. Sabe aquela historia que entre quatro paredes a única regra é não deixar o parceiro constrangido? Entao.. quando as pessoas se sentem bem vale.. e muito.. eu arrumei uma "roupinha" bem legal pra levar pra Deus me livre e o meu Preto ficou doido... rs... foi bem legal.
ResponderExcluirNós também podemos fantasiar né?
ResponderExcluirJá era o tempo do papai e mamãe e que mulher era um depósito de p....(2)Concordo!!!
Tudo vale a pena quando a alma não é pequena, já dizia o poeta...
Outro dia conversava com um casal de amigos, sobre filme pornô para mulheres, e todos concordaram(inclusive o homem da conversa) que eram os melhores filmes do gênero. Os outros se tornaram quase cirúrgicos!
Já vi e recomendo para a mulhereda, numa locadora pornô mais próxima de você! rsrsrsrs...
Beijos!
Ai que delícia ter nascido numa época onde podemos falar, fazer e realizar mais, não é mesmo??? Vale a pena sim realizar fetiches, desejos, fantasias... Divertir-se, amar, rasgar o preconceito e derrubar mitos. Adoro isso tudo!!!
ResponderExcluirOi meninas, Uau, adorei a opinião e o ponto de vista de vocês.
ResponderExcluirAntigamente as mulheres meio que vivim nos guetos, agora na moderninadade são outros 500´s.