Recebi um e-mail há tempos falando da homenagem a vida. Segue...
Por: Fernanda Domingues 26/06/2006
Sempre fui contra às homenagens feitas depois que alguém morre. Para mim, homenagem se faz em vida, enquanto a pessoa pode nos ouvir, olhar nos nossos olhos, fazer cara de que gostou e dar aquele abraço sincero que só aparece uma vez a cada dois anos. É muito fácil dizer "fulano de tal era único, indescritível. Nossa, um ser adorável". Difícil é se despir dos valores, da timidez, da hipocrisia, do medo e da insegurança e falar: "Cara, eu amo você. Para mim, pode-se procurar no mundo inteiro, mas pessoa igual a você, não tem". Ah! Isso sim é homenagem.
Outro dia parei para imaginar quantas pessoas eu já havia homenageado até agora. Nossa! Um bocado! Prestei honras ao Ayrton Senna, chorei até desmaiar no enterro de uma conhecida que não via há anos, senti profundamente a morte da mãe - que eu não conhecia - do namorado da minha melhor amiga, mas me comovi com sua história de vida, sua luta contra o câncer - que acabou vencendo-a.
Reparei que as pessoas que eu mais havia elogiado estiveram, de uma certa forma, distantes de mim e que eu tinha pouco - quase nenhum - contato com grande parte delas. Não convivi com seus defeitos, implicâncias, temperamentos, personalidades... Simplesmente, homenageei-as. Como infelizmente a gente só pára para refletir depois dos desastres, a ficha caiu após a perda dos dois Josés mais importantes da minha vida. Falo dos meus Josés, fundamentais pela minha existência e que eu não tive "tempo" de ouvir suas aventuras e experiências de vida que, muitas vezes, os avós adoram exibir.
A ficha caiu quando eu percebi que não sabia o nome completo dos meus Josés. E o que mais me impressiona é que as últimas imagens que tenho desses dois heróis são de dois velhinhos, doentes na cama de um hospital, esperando a morte chegar. Não tenho a imagem deles me empurrando no balanço do parquinho da pracinha, me contando histórias para dormir, elogiando meu boletim. E tenho certeza de que tudo isso poderia ter sido diferente se eu tivesse percebido - antes, muito antes - que a família é o bem mais precioso que temos na Terra e que ninguém mais, a não ser nós mesmos, podemos tornar nossas histórias dignas de uma final feliz.
'família é o bem mais precioso que temos na Terra e que ninguém mais, a não ser nós mesmos, podemos tornar nossas histórias dignas de uma final feliz.'
ResponderExcluirEsperamos pelo final feliz, esperamos pra ser felizes e não vemos que o tempo passa levando cada segundo que ainda nos resta de vida ... estamos esperando sempre por algo ... porque sempre demoramos pra ver que o que mais importa não esta tão distante assim... ?
não sei porque esperamos pra ser felizes eu não sei viver a minha vida minha...
refleti muito com isso obrigado simone por sempre estar postando esses belos textos []s parabens beeijao
Oi Daiane,
ResponderExcluirQuando li esse texto repensei em tantas coisas. Quando o achei perdido na minha caixa de mensagens repensei mais ainda.
Beijocas e obrigada por sempre comentar, estar aqui.
Beijcoas